O processo

Você já percebeu que passamos a maior parte do tempo operando de uma forma automática? Escovamos os dentes, tomamos banho, comemos, fazemos tudo isso sem precisar pensar muito, no automático, pois sabemos o que temos que fazer e nosso cérebro já está adaptado para agir.

Quando a comida toca nossos lábios, automaticamente a nossa língua, os nossos dentes, a nossa musculatura já sabe o que é para fazer e faz. Mas você sabia que a mesma coisa acontece com o nosso pensamento?

Estamos tão acostumados a agir de determinada maneira, diante de determinadas situações, que o nosso cérebro automaticamente já se prepara para repetir padrões. Ele funciona reconhecendo imagens. E essas imagens (muitos chamam de crenças) são formadas no nosso subconsciente quando somos criança.

Muitas vezes essas imagens estão erradas, não fazem sentido, mas como já estamos tão acostumadas com elas, não reconhecemos o momento em que devemos parar e olhar para elas sob uma nova perspectiva. Nos falta autoconhecimento.

Eu sou filha de pais separados e minha família passou por muitas confusões. O meu sonho era criar a minha própria família e ser feliz para sempre com ela. Mesmo querendo isso, depois de quinze anos de relacionamento e dois filhos, eu me separei. Passada a fase da culpa e da tristeza, me pus a refletir sobre o porquê de eu ter feito o que eu fiz.

Eu pensava de um jeito, sentia de outro e agia de outro. Era uma bagunça assustadora dentro da cabeça de uma pessoa e foi, então, que eu descobri que, pelo fato de eu não conhecer a mim mesma, minha mente estava trabalhando com a programação que ela recebeu desde pequena. As imagens que me acompanhavam eram assim: “não existe casamento de verdade”, “os homens são fracos e a mulher tem que dar conta de tudo sozinha”, “não se pode depender de homem para nada”, “as pessoas traem, ninguém consegue ficar com a mesma pessoa a vida inteira”, “a vida é dura e para ganhar dinheiro tem que trabalhar muito”.

Com essas imagens na minha mente, por mais que eu quisesse ter uma família feliz para sempre eu acabei caminhando na direção oposta disso.

Vivi anos sobrecarregada, com dificuldade de delegar, de pedir ajuda, de dizer não, para fazer valer as imagens que eu carregava no meu subconsciente. Para validá-las. Cada imagenzinha que eu tinha guardado foi sendo afirmada com as minhas ações. Eu procurava isso, pois era a única coisa que eu conhecia.

Todo mundo tem imagens a respeito de casamento, dinheiro, amor, trabalho, sucesso. Entender essas imagens te ajuda a ver quais as lutas que realmente valem a pena você lutar durante a vida: as imagens que não te fazem mal, que são construtivas, que te ajudam a chegar cada vez mais perto dos seus sonhos.

Ao reconhecer as boas imagens você consegue se desprender das imagens ruins. Você para de entrar em lutas doentias, que acabam te gerando culpa, ansiedade, doenças, frustração.

Se você não se conhece a ponto de entender por que você sente, pensa e age de determinada maneira, não há possibilidade de ressignificar essas imagens. Como consequência, sua vida empaca e você fica cada vez mais distante de viver uma vida de plenitude.

Depois que eu aprendi como tudo isso funciona eu só conseguia pensar em uma coisa: se outras mulheres tiverem esse conhecimento elas não vão precisar passar pelo o que eu passei.